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Mariana, aqui em Minas

 

Mariana é um lugar especial. À noite, o “Jardim” – apelido carinhoso para a Praça Gomes Freire – fica dourado sob as luzes que, em meio às casas e igrejas centenárias, lembram os antigos lampiões. Encravada na serra de Minas Gerais, ela não é apenas a primeira vila, cidade e capital do estado, mas o berço da história mineira. Fundada em 1696 como arraial do Ribeirão do Carmo, a cidade carrega em suas ladeiras de paralelepípedo e em suas igrejas seculares o peso e o esplendor do Ciclo do Ouro.

                         

Caminhar pelo Centro Histórico de Mariana é como folhear um livro vivo do século XVIII. A Praça Minas Gerais é seu coração narrativo. Lá é que se encontram os monumentos que contam a história do poder e da fé: a Igreja de São Francisco de Assis, com seus altares dourados e a obra de mestre Ataíde; a Igreja de Nossa Senhora do Carmo; e o imponente Pelourinho, símbolo do poder colonial. Pouco adiante, a Catedral da Sé abriga um tesouro sonoro – o órgão Arp Schnitger, de 1701, que volta agora a entoar seus acordes em concertos que ecoam pela basílica.

 

Mesmo antiga, a cidade respira o futuro, movida por um presente onde a cultura vive latejando, sem trégua. O Festival de Inverno de Mariana, por exemplo, transforma as ruas em palco, trazendo música, teatro e arte popular, enquanto o doce de leite caseiro e o pão de queijo seguem sendo tradições gastronômicas que aquecem o cotidiano dos moradores e encantam os visitantes. Tem também as bandas de música, o congado, o Circo Volante, os festivais e muitos circuitos esportivos.

 

É também uma cidade universitária, que vibra sob os passos de centenas de estudantes que povoam os dois principais institutos instaldos ali: o ICHS, de ciências humanas e sociais, que fica no antigo Seminário, e o ICSA, de ciências sociais aplicadas, no prédio do antigo Colégio Padre Avelar. De mochila nas costas, e flanando pelas ruas com muito gás e criatividade, esse pessoal faz a cidade pulsar diferente.

 

Então é uma cidade assim... Um lugar cheio de cor nas serras, nos jardins, na ponte de madeira, nas calçadas. Os sinos badalam nas horas santas, a conversa alegre atravessa o calçamento de pedras, e sua gente segue escrevendo, dia após dia, uma nova página em sua história. É dessas cidades que ensinam, que mostram que a riqueza está muito além dos minérios já extraídos ali. Está, no final das contas, na força de sua gente e de suas raízes.

O artista Bruno Miné: maneiras de ver Mariana

Histórias

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